Verstappen domina em Baku
Pole no sábado, controle no domingo e uma chegada apertada na frente de Carlos Sainz. Max Verstappen fez tudo que precisava para vencer o GP do Azerbaijão 2025 no Baku City Circuit, em uma etapa que começou turbulenta para a McLaren e terminou com pódio jovem e um quarto lugar de respeito para Kimi Antonelli.
A sexta-feira abriu o fim de semana com duas sessões de treinos e clima de armadilha. Lando Norris foi o mais rápido no primeiro treino livre, mostrando que a McLaren tinha carro para brigar. Só que à tarde veio o custo do limite: Norris e Oscar Piastri tocaram o muro em momentos diferentes do segundo treino, e a Ferrari aproveitou. Lewis Hamilton e Charles Leclerc fecharam a sessão com dobradinha no topo, sinal claro de que o acerto do carro vermelho encaixou nas ruas de Baku.
No sábado, a cidade murada seguiu implacável. Depois do terceiro treino, a classificação foi tensa, com interrupções e margem mínima para erro. Oscar Piastri bateu durante a sessão e ficou sem a volta decisiva. Quem não desperdiçou foi Verstappen, que tirou uma volta de manual no trecho final e frustrou a tentativa de surpresa de Carlos Sainz. Pole para o holandês, no detalhe.
No domingo, foram 51 voltas no traçado de 6,003 km, uma pista de rua que mistura curvas estreitas com a reta mais longa do calendário recente. A prova teve ritmo alto, poucas falhas na frente e decisão na gestão de ritmo e eficiência de reta. Verstappen largou bem, controlou a cabeça do pelotão e administrou o que importava no final. Sainz pressionou, encostou, mas não achou espaço real para a ultrapassagem. A diferença na bandeirada ficou na casa de meio segundo, o suficiente para confirmar a terceira vitória do ano do piloto da Red Bull.
A briga pelo último degrau do pódio também rendeu. Liam Lawson segurou a posição e completou o top 3, resultado grande para o neozelandês em uma pista que cobra experiência. Kimi Antonelli fechou em quarto, sólido e rápido no trecho final. George Russell terminou em quinto, mantendo a consistência e garantindo pontos importantes para sua equipe.
- 1 Max Verstappen
- 2 Carlos Sainz
- 3 Liam Lawson
- 4 Kimi Antonelli
- 5 George Russell
O resultado carimba o momento de recuperação de Verstappen na temporada 2025. Depois de altos e baixos no meio do ano, ele já havia voltado a vencer em Monza e agora soma mais um triunfo em Baku. A vitória veio em um circuito que premia quem acerta o pacote de baixa pressão aerodinâmica, leitura de tráfego e frenagens fortes, especialmente na sequência que passa pelo setor mais estreito do traçado.

Campeonato, contexto e por que Baku é diferente
Mesmo com a vitória de Verstappen, a história grande do campeonato passa pela McLaren. Oscar Piastri sai do Azerbaijão ainda líder, 31 pontos à frente do companheiro Lando Norris, com oito etapas pela frente. A sexta complicada e o acidente do australiano na classificação travaram o fim de semana do time laranja, que já vinha de polêmica na Itália, quando Piastri abriu mão do segundo lugar. O saldo é claro: a vantagem existe, mas a margem para erro ficou menor.
Do outro lado, a Ferrari mostrou ritmo curto e médio forte desde os treinos, com Hamilton e Leclerc no topo do TL2 e Sainz brigando pela pole até o último setor. No domingo, Sainz traduziu essa força em pressão real pela vitória, sem o passo final para passar. Ainda assim, é um recado para a sequência da temporada: quando a pista premia tração em baixa e velocidade de reta, a Ferrari entra no jogo.
Os destaques individuais ajudam a entender onde está a Fórmula 1 neste momento. Lawson aproveitou bem as oportunidades e subiu ao pódio, mostrando leitura de corrida e sangue frio. Antonelli, ainda no ano de estreia na elite, administrou desgaste e risco, algo raro para um novato em Baku. Russell manteve a média alta, capitalizando pontos em um fim de semana em que a Mercedes variou entre trechos competitivos e dificuldades em volta rápida.
Para quem olha a tabela, o cenário imediato é este: Piastri lidera, Norris segue na caça direta e Verstappen acumula vitórias que o recolocam no raio de ação. O título não se decide em Baku, claro, mas a etapa marca o fim da fase europeia e abre uma sequência de pistas com características variadas, onde cada erro pesa dobrado.
O Baku City Circuit recebe a Fórmula 1 desde 2016 e virou queridinho dos pilotos por um motivo simples. É um traçado de rua com personalidade. A reta gigantesca faz o sensor de velocidade sorrir, mas o miolo estreito pede carro estável e piloto paciente. É o famoso compromisso de acerto. Quem exagera na baixa arrasta na reta. Quem abre demais a asa sofre nas curvas de 90 graus. O recorde de volta da pista em prova é de 1min43s009, marcado por Charles Leclerc em 2019, e ainda serve como referência do quanto esse asfalto recompensa confiança.
Estratégia em Baku costuma girar em torno de janela curta de pit stops e a eterna dúvida entre undercut e overcut, porque a chance de neutralizações sempre esteve no radar histórico do circuito. Neste ano, a corrida foi mais limpa entre os ponteiros, e a gestão de ritmo pesou mais que um golpe de sorte. O desenho da pista também favorece quem protege a bateria e abre o DRS no timing certo, especialmente no trecho final antes da linha.
O evento movimentou a cidade com atividades paralelas. Teve caminhada nos boxes, sessões da Fórmula 2 e interação com o público ao longo da avenida à beira-mar. Para quem acompanha de casa, no Brasil a categoria segue com transmissão aberta e opções de assinatura, com janelas de treinos na sexta, classificação no sábado e corrida no domingo. A organização manteve a programação tradicional do Oriente, com sessões distribuídas ao longo dos três dias.
Resumo do fim de semana em três atos. Sexta, McLaren no limite e Ferrari em alta. Sábado, volta perfeita de Verstappen e batida de Piastri na classificação. Domingo, vitória do holandês com Sainz no retrovisor e um pódio renovado com Lawson. Baku entrega drama, velocidade e detalhes que decidem corrida no milímetro. E entrega, também, a lembrança de que o campeonato ainda está aberto.
O calendário agora avança para a reta final, com oito corridas que misturam circuitos clássicos e modernos. Para Piastri e Norris, cada ponto vira ouro. Para Verstappen, cada vitória reposiciona o tabuleiro. E para Ferrari, Mercedes e a turma que flertou com o pódio no Cáucaso, ficou a certeza de que há caminho. O próximo capítulo começa já na próxima semana, com equipes virando a página e pilotos carregando aprendizados de um fim de semana em que o Grande Prêmio do Azerbaijão lembrou por que é um dos programas imperdíveis do ano.