O Flamengo finalmente quebrou o jejum na Copa do Brasil Sub-20 — e fez isso no momento mais importante. Na quinta-feira, 6 de novembro de 2025, às 16h30, no Estádio LusoBrasileiro, no Rio de Janeiro, a equipe rubro-negra derrotou o Atlético-MG por 2 a 0, invertendo o resultado do primeiro confronto e garantindo vaga nas quartas de final da competição. A vitória, apesar de não ser surpreendente para quem acompanhou o desempenho do time nas últimas semanas, foi um alívio para a torcida que há anos espera um título na categoria. Enquanto isso, o Atlético-MG, campeão em 2017, viu seu sonho de repetir o feito desmoronar em casa — ou melhor, no campo adversário.
Primeiro jogo: o Atlético-MG dominou, mas não convenceu
O primeiro duelo, disputado na quarta-feira, 29 de outubro, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte, terminou 2 a 0 para o time mineiro. Gols de João Marcel, aos 5 e 45 minutos, deram ao Atlético-MG uma vantagem aparentemente sólida. Mas o jogo foi mais de controle do que de criação. O técnico Leandro Zago optou por um esquema conservador, com Lucas, Filipe e Kauã Cisse no meio-campo, e o ataque quase não apareceu. O Flamengo, por sua vez, parecia perdido — e isso preocupou. A equipe de Bruno Pivetti tinha jogadores talentosos, como Telles e Daniel, mas faltava conexão. A ausência de Vitor, expulso na fase anterior, pesou. Sem sua movimentação na ponta direita, o ataque ficou estático.Segundo jogo: o Flamengo acordou — e foi implacável
A mudança foi brutal. Na volta ao Estádio LusoBrasileiro, o Flamengo entrou com fome. Não só por vencer, mas por provar que merecia estar ali. O primeiro gol veio aos 22 minutos, após uma jogada coletiva: Pablo Júnior liberou Telles na esquerda, que cruzou rasteiro e João Barros, de cabeça, abriu o placar. O segundo, aos 67 minutos, foi de pura individualidade: Alan Santos, que vinha sendo marcado de perto o jogo todo, recebeu na meia-lua, girou, fintou dois defensores e bateu no ângulo. O Atlético-MG, sem Igor — suspenso por cartão vermelho no primeiro jogo —, perdeu equilíbrio. O meio-campo, antes impecável, caiu como um castelo de cartas.Na bancada, os torcedores do Flamengo cantavam como se já fosse campeão. E com razão. O time mostrou evolução técnica, tática e emocional. O técnico Bruno Pivetti, que vinha sendo criticado por ser muito tradicional, fez as trocas certas: entrou Gustavo no segundo tempo e trouxe pressão. O goleiro Lannety, por sua vez, fez duas defesas decisivas — uma delas em chute de Murilo, que quase empatou aos 82 minutos.
Transmissão e o lado invisível da competição
A partida foi transmitida ao vivo pelo Sportv, como previsto. Mas o que muitos não viram foi a transmissão alternativa pela web rádio da Gil Arruda Sports. Sem imagens, apenas narração de Renato Basilla, com comentários de quem realmente entende de base — e sem cortes comerciais. A transmissão, apoiada pela MGM DIGITAL BRASIL e pela BIGODE GROSSO — uma barbearia tradicional de São Paulo que patrocina o clube juvenil —, foi um exemplo raro de parceria autêntica. Não havia banners, nem influenciadores. Só futebol, voz e paixão.
Quem saiu da partida? Suspensões e lesões que mudam o jogo
O Atlético-MG perdeu não só Igor, mas também o volante Isep, que saiu com dores no joelho aos 38 minutos do segundo jogo. Ele deve ficar fora da próxima fase. Já o Flamengo, apesar da vitória, teve um susto: Daniel Sales, zagueiro titular, foi substituído no intervalo com dores na coxa. A equipe ainda não confirmou se ele estará disponível para as quartas. Isso é crucial. O jovem de 18 anos é um dos pilares da defesa — e seu estilo agressivo, quase violento, é essencial contra times que jogam com dois atacantes.Por que isso importa? O futuro está nas categorias de base
Muitos veem a Copa do Brasil Sub-20 como um torneio secundário. Mas isso é um erro. O Flamengo, que já tem 12 jogadores da base na equipe profissional — entre eles, o meia Matheus Cunha, que foi revelado na mesma categoria —, sabe disso. O Atlético-MG, que em 2025 teve seis jogadores da base convocados para a Seleção Brasileira Sub-20, também. Essa partida não foi só sobre um troféu. Foi sobre quem vai representar o Brasil nos próximos anos. E o Flamengo, depois de 14 anos sem vencer a competição, mostrou que voltou com força.
O que vem a seguir? Quartas de final e o desafio real
Agora, o Flamengo enfrenta o vencedor entre São Paulo e Grêmio, em jogo único, ainda sem data definida. Mas o clima no CT da Gávea já é de campeão. Os jogadores treinam com máscaras de gás — não por segurança, mas por simbolismo. "É como se estivéssemos respirando o ar do título", disse Telles após o jogo. Já o Atlético-MG, que não perdia em casa desde 2022, entra em crise. Leandro Zago foi questionado sobre o futuro, e respondeu com um silêncio que dizia mais que qualquer discurso.Contexto extra: o peso da rivalidade
Enquanto isso, os dois times se preparam para o clássico da Série A, marcado para 25 de novembro, na Arena MRV. A pressão está alta. O Flamengo precisa vencer para manter a liderança. O Atlético-MG precisa vencer para não cair da zona de classificação. A Copa do Brasil Sub-20, então, foi um aquecimento — e um aviso. O futebol de base não é só futuro. É presente. E o presente, nesse caso, pertence ao Flamengo.Frequently Asked Questions
Como foi o desempenho do Flamengo na fase anterior da Copa do Brasil Sub-20?
O Flamengo avançou após vencer o Porto Vitória por 4 a 0, com gols de Telles (8'), Hermelino (19'), Daniel (58') e João Vitor (83'). A equipe mostrou eficiência ofensiva, mas falta de consistência defensiva, o que levou a críticas sobre a formação tática. O técnico Bruno Pivetti ajustou o esquema antes do confronto com o Atlético-MG, e os resultados apareceram.
Por que o Atlético-MG não conseguiu repetir o título de 2017?
Apesar de ter vencido o primeiro jogo por 2 a 0, o Atlético-MG sofreu com a ausência de Igor (suspensão) e a perda de equilíbrio no meio-campo no segundo jogo. Além disso, o time apresentou pouca criatividade ofensiva, com apenas dois gols marcados em dois jogos. O técnico Leandro Zago manteve um estilo rígido, e não adaptou o jogo ao estilo mais dinâmico do Flamengo na volta.
Quem são os principais jogadores a serem observados nas próximas fases?
No Flamengo, Telles e João Barros se destacaram nas oitavas — ambos têm potencial para ir ao profissional em 2026. No Atlético-MG, Murilo, autor de dois gols na fase anterior, ainda é promissor, mas precisa de mais suporte. Já o zagueiro Daniel Sales, do Flamengo, é um dos mais cotados para a Seleção Sub-20, caso consiga se recuperar da lesão.
A transmissão pela web rádio da Gil Arruda Sports foi legal?
Sim. A transmissão não violou direitos autorais, pois não transmitiu imagens — apenas narração e áudio. A parceria com a MGM DIGITAL BRASIL e a barbearia BIGODE GROSSO foi inédita: sem patrocínio tradicional, mas com autenticidade. É um modelo que pode inspirar outras competições de base, onde o custo de transmissão é alto e o público, fiel.
O Flamengo já venceu alguma vez a Copa do Brasil Sub-20?
Nunca. Desde a criação da competição em 2008, o Flamengo chegou às finais em 2013 e 2019, mas perdeu ambas. A vitória sobre o Atlético-MG em 2025 é a primeira vez que o clube avança para as quartas sem perder um jogo. É um marco histórico para a categoria — e um sinal de que a estrutura de base está finalmente rendendo frutos.
Qual o próximo desafio do Flamengo na Copa do Brasil Sub-20?
O Flamengo enfrentará o vencedor do confronto entre São Paulo e Grêmio, em jogo único, ainda sem data definida. A partida será em campo neutro, provavelmente em São Paulo. O time precisa resolver o problema da lesão de Daniel Sales e manter a pressão ofensiva. Se avançar, enfrentará o vencedor entre Corinthians e Palmeiras — e o caminho até a final se torna ainda mais difícil.
2 Comentários
Leonardo Oliveira 25 novembro 2025
Essa vitória foi mais que um resultado, foi um sinal de que o Flamengo finalmente está construindo algo sólido na base. O time jogou com identidade, com raça, e isso não se compra. O futebol de base é o coração do clube, e ver Telles e João Barros brilhando assim me dá esperança de que o futuro não vai ser só nostalgia.
Quem acompanha de perto sabe que o trabalho da Gávea não é só treino, é formação. E isso é raro hoje em dia.
Alessandra Souza 26 novembro 2025
Exatamente! O Atlético-MG operou com uma lógica de futebol de 2010: controle de posse, pressão mínima, e expectativa de que o adversário desmorone. Mas o Flamengo, com Pivetti, aplicou o conceito de ‘pressão diferencial’ - uma evolução tática que só equipes com estrutura acadêmica de base conseguem implementar. A transição de 3-4-3 para 4-2-3-1 no segundo tempo foi um masterclass em adaptação dinâmica. E não me venha com ‘sorte’ - isso é análise de dados, inteligência coletiva, e preparação psicológica de alto nível.
Enquanto o Mineiro se apegava ao passado, o Rubro-Negro estava projetando o futuro. E o futuro, meus caros, tem nome: João Barros. Ele é o novo Neymar da geração. Só que com mais humildade.