Quando se fala em autismo, muita gente pensa apenas no diagnóstico feito durante a infância. Mas a realidade é muito mais ampla e diversa. No Dia do Orgulho Autista, 18 de junho, o assunto ganha destaque, especialmente porque pessoas conhecidas mostram, sem filtros, como o autismo faz parte de suas vidas – mesmo que a descoberta venha tarde.
Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, virou notícia ao compartilhar no Saturday Night Live sua experiência como autista. Ele brincou sobre seu estilo direto e, às vezes, incomum de se expressar, dizendo que seu cérebro funciona de um jeito diferente. Musk, que alcançou sucesso justamente por pensar "fora da caixa", diz que se sente mais confortável sendo ele mesmo agora que o diagnóstico é público.
A cantora e compositora australiana Sia também decidiu falar sem rodeios sobre o tema. Só aos 46 anos ela recebeu o diagnóstico formal, mas conta que sempre sentiu que precisava "atuar" para se encaixar. Depois de anos tentando se adaptar às expectativas alheias, ela diz finalmente viver de um jeito mais leve e verdadeiro, inspirando seus fãs a encararem o autismo sem medo ou culpas.
No Brasil, Danilo Gentili, apresentador e comediante, revelou há poucos anos seu diagnóstico ao vivo em rede nacional. Ele relatou que sempre foi assim e não quis seguir em frente com exames para "medir" o autismo, pois nunca viu o rótulo como uma necessidade. Gentili acredita que compartilhar sua vivência pode ajudar outras pessoas que se sentem diferentes ou deslocadas a se entenderem melhor.
A atriz Letícia Sabatella, – conhecida por seus papéis em novelas e filmes nacionais – também se identificou publicamente como autista. Embora comente pouco sobre a própria trajetória, sua visibilidade no mundo das artes ajuda a desafiar estereótipos, especialmente sobre mulheres e autismo, já que muitos diagnósticos em mulheres acontecem mais tarde devido à dificuldade de reconhecer traços "invisíveis".
Entre nomes internacionais, Anthony Hopkins, vencedor do Oscar, e Greta Thunberg, líder ambientalista sueca, são exemplos de como o autismo não impede ninguém de influenciar o mundo. Hopkins já tocou no assunto em entrevistas, sem entrar em detalhes. Greta, por outro lado, considera seu diagnóstico um "superpoder" para manter o foco e encarar causas complexas de frente – algo que milhões de jovens pelo mundo reconhecem como inspirador.
O que dá para perceber nessas histórias é que não há um roteiro certo para o diagnóstico ou para viver com autismo. Para alguns, como Greta, receber a confirmação durante a adolescência ajuda no entendimento do próprio jeito de ser. Outros, como Sia ou Gentili, chegam à descoberta já adultos. Ainda assim, todos relatam alívio e mais autoaceitação depois da revelação.
No fundo, ao ver personalidades de diferentes áreas – tecnologia, música, TV, cinema e ativismo – falando abertamente, fica claro que autismo não limita sonhos ou potencial. O que muda a vida é o respeito e aceitação da neurodiversidade, dentro e fora dos holofotes.
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