Eliminação do Bahia para o Internacional na Libertadores 1989 ainda dói na torcida

Eliminação do Bahia para o Internacional na Libertadores 1989 ainda dói na torcida
24 julho 2025
bruno Recke 0 Comentários

O duelo Bahia x Internacional em 1989: quando o sonho virou pesadelo

Quem vive o futebol sabe bem: certas eliminações marcam para sempre. E a do Bahia na Libertadores de 1989, diante do Internacional, faz parte daquele grupo de feridas que seguem abertas depois de décadas. Não foi só um fracasso esportivo, foi um enredo daqueles que a torcida leva pra sempre na memória.

O primeiro jogo, em 14 de março, deixou a Bahia eufórica. Em Salvador, o Tricolor conseguiu um triunfo por 1 a 0, aproveitando o calor do Barradão (que virou casa temporária naquele torneio) e um público que empurrou o time do início ao fim. Naquele momento, parecia que o Bahia tinha tudo para seguir firme rumo ao título mais cobiçado da América Latina.

Só que Libertadores nunca entrega nada de mãos beijadas. Veio o jogo de volta, em 19 de abril, no Beira-Rio, e o Internacional devolveu o placar mínimo: 1 a 0. Gol de Nilson, aproveitando o nervosismo e as dificuldades do Bahia fora de casa. Com o empate no placar agregado, a decisão foi empurrada para um terceiro confronto—um raro recurso da regra na época, exigido quando não havia critério de gols fora ou saldo decisivo.

Terceiro jogo: drama, nervos à flor da pele e frustração tricolor

Terceiro jogo: drama, nervos à flor da pele e frustração tricolor

Na sequência, em 25 de abril, torcedores dos dois lados mal conseguiam dormir. O cenário foi Porto Alegre de novo, torcida colorada fervendo, mas o Bahia precisava só de uma vitória simples. Teve oportunidades, criou um bom volume de jogo, mas topou com a retranca do Internacional e uma arbitragem que deixou a partida correr solta, com muita pressão fora de campo.

O placar: 0 a 0. Uma muralha defensiva do Inter, ansiedade crescente nos baianos e, no final, a decisão favoreceu os gaúchos, que avançaram pelo placar agregado, aproveitando a vantagem do confronto direto segundo o regulamento da época.

Para jogadores como Bobô e Zé Carlos, a eliminação ficou como símbolo de uma geração talentosa que esbarrou em detalhes. Direta ou indiretamente, muita gente associa aquele resultado à falta de experiência internacional do elenco e à força dos bastidores do futebol sul-americano.

A frustração é entendida até hoje entre tricolores, considerando que aquele elenco acabara de conquistar o Brasileirão de 1988 em cima do Inter e tinha seduzido o país pela postura corajosa. A queda tão próxima da semifinal virou lição amarga, sempre lembrada quando o Bahia chega a qualquer torneio sul-americano.

O episódio segue servindo de alerta sobre como o futebol sul-americano pode ser cruel e como a Libertadores é, de verdade, o maior teste para quem sonha grande. O Bahia voltou à competição em outras décadas, mas nenhuma campanha tem o mesmo peso emocional ou aquela sensação de "quase lá" que pairou no ar em 1989.

bruno Recke

bruno Recke

Sou jornalista com uma paixão por notícias diárias e escrevo sobre temas variados relacionados ao cotidiano do Brasil. Meu objetivo é informar e engajar meus leitores com artigos bem elaborados e relevantes.